O vídeo a seguir relata um
curioso caso de uma jovem da Inglaterra:
A
reportagem mostra que a Tammy Jung, originalmente uma pessoa escrava da dieta e
da boa forma resolve abandonar esses hábitos e fazer exatamente o contrário,
objetivando se tornar a mulher mais gorda do mundo. Tal atitude é embasada numa
dieta rica em calorias, e assim o corpo de Tammy acumula uma quantidade absurda
de energia em forma de gordura, o que conhecemos por obesidade.
Um dos
grandes problemas relacionados à obesidade é o desenvolvimento de doenças
cardiovasculares, sendo uma delas a hipertensão. A obesidade provoca diversas
alterações no organismo, em que se destacam as alterações hemodinâmicas
(sistêmicas e renais), resistência à insulina e ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona,
por exemplo.
Uma
consequência significativa da obesidade relacionada a hipertensão está nas
alterações hemodinâmicas. Tais alterações estão mais relacionadas a deposição
visceral de gordura, do que a obesidade em si. As alterações hemodinâmicas se
caracterizam por: diminuição da resistência vascular periférica, aumento do
volume intravascular e do débito cardíaco (o aumento da massa corporal causa
uma maior necessidade metabólica por parte do tecido adiposo que leva a esse
aumento do débito, que causará um aumento da massa cardíaca), aumento da
atividade do sistema nervoso simpático, redução do volume plasmático e redução
da atividade da renina plasmática.
Diferentemente de pacientes hipertensos não-obesos que
apresentam uma hipertrofia cardíaca concêntrica (pelo aumento da pós-carga),
pacientes obesos normotensos desenvolvem hipertrofia excêntrica-concêntrica
(pelo aumento da pré-carga), aumentando, assim, o risco de arritmia cardíaca e
de insuficiência cardíaca congestiva.
A obesidade
possui diversos fatores alterados, e a recepção de insulina é um dos mais
alarmantes. A insulina tem sua atividade diminuída, pois o corpo acaba se
tornando resistente a ela. Para compensar, se sabe que há um quadro de
hiperinsulinemia, o que acarreta outras consequências, tais como o aumento da
pressão arterial (PA). Isso acontece pela atuação da insulina no corpo que
estimula o sistema nervoso simpático causando vasodilatação, mas também no
acumulo de líquidos e retenção de sódio nos túbulos renais distais, o que
acarretaria no aumento da PA, o que acaba deixando a correlação entre insulina
e hipertensão falha.
O sistema
renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) é altamente estimulado em indivíduos
obesos, que atua como gerador dos níveis de pressão aumentados. A renina atua
como vasodilatador, a angiotensina como vasoconstritor e a aldosterona atua na
reabsorção renal de sódio. Os três alterados acarretam em uma série de reações
antagônicas ao metabolismo normal, e acontece da seguinte maneira: o efeito da angiotensina
como vasoconstritor estimula a secreção de aldosterona, que com seu efeito de
retenção de sódio, automaticamente com a reabsorção de agua, aumentando a
pressão arterial.
As diversas
alterações do organismo causadas pela obesidade potencializam a hipertensão
arterial e, consequentemente, induzem problemas relacionados a essa doença
cardiovascular. No caso dessa jovem, seus hábitos contribuem para uma
“diminuição” da sua expectativa de vida, aumentando os fatores de risco da
hipertensão, agravando, portanto, suas complicações de saúde.
http://www.abeso.org.br/pagina/213/hipertensao-e-obesidade.shtml Acesso em 27/05/2013
http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/7-2/007.pdf Acesso em 27/05/2013
http://www.diabetesebook.org.br/modulo-1/7-o-sistema-renina-angiotensina-na-resistencia-a-insulina-e-hipertensao Acesso em 27/05/2013
http://www.scielo.br/pdf/abem/v44n1/11706.pdf Acesso em 27/05/2013
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