segunda-feira, 27 de maio de 2013

Tammy Jung




O vídeo a seguir relata um curioso caso de uma jovem da Inglaterra:


A reportagem mostra que a Tammy Jung, originalmente uma pessoa escrava da dieta e da boa forma resolve abandonar esses hábitos e fazer exatamente o contrário, objetivando se tornar a mulher mais gorda do mundo. Tal atitude é embasada numa dieta rica em calorias, e assim o corpo de Tammy acumula uma quantidade absurda de energia em forma de gordura, o que conhecemos por obesidade.
Um dos grandes problemas relacionados à obesidade é o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, sendo uma delas a hipertensão. A obesidade provoca diversas alterações no organismo, em que se destacam as alterações hemodinâmicas (sistêmicas e renais), resistência à insulina e ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona, por exemplo.
Uma consequência significativa da obesidade relacionada a hipertensão está nas alterações hemodinâmicas. Tais alterações estão mais relacionadas a deposição visceral de gordura, do que a obesidade em si. As alterações hemodinâmicas se caracterizam por: diminuição da resistência vascular periférica, aumento do volume intravascular e do débito cardíaco (o aumento da massa corporal causa uma maior necessidade metabólica por parte do tecido adiposo que leva a esse aumento do débito, que causará um aumento da massa cardíaca), aumento da atividade do sistema nervoso simpático, redução do volume plasmático e redução da atividade da renina plasmática.
            Diferentemente de pacientes hipertensos não-obesos que apresentam uma hipertrofia cardíaca concêntrica (pelo aumento da pós-carga), pacientes obesos normotensos desenvolvem hipertrofia excêntrica-concêntrica (pelo aumento da pré-carga), aumentando, assim, o risco de arritmia cardíaca e de insuficiência cardíaca congestiva.
A obesidade possui diversos fatores alterados, e a recepção de insulina é um dos mais alarmantes. A insulina tem sua atividade diminuída, pois o corpo acaba se tornando resistente a ela. Para compensar, se sabe que há um quadro de hiperinsulinemia, o que acarreta outras consequências, tais como o aumento da pressão arterial (PA). Isso acontece pela atuação da insulina no corpo que estimula o sistema nervoso simpático causando vasodilatação, mas também no acumulo de líquidos e retenção de sódio nos túbulos renais distais, o que acarretaria no aumento da PA, o que acaba deixando a correlação entre insulina e hipertensão falha.
O sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) é altamente estimulado em indivíduos obesos, que atua como gerador dos níveis de pressão aumentados. A renina atua como vasodilatador, a angiotensina como vasoconstritor e a aldosterona atua na reabsorção renal de sódio. Os três alterados acarretam em uma série de reações antagônicas ao metabolismo normal, e acontece da seguinte maneira: o efeito da angiotensina como vasoconstritor estimula a secreção de aldosterona, que com seu efeito de retenção de sódio, automaticamente com a reabsorção de agua, aumentando a pressão arterial.
As diversas alterações do organismo causadas pela obesidade potencializam a hipertensão arterial e, consequentemente, induzem problemas relacionados a essa doença cardiovascular. No caso dessa jovem, seus hábitos contribuem para uma “diminuição” da sua expectativa de vida, aumentando os fatores de risco da hipertensão, agravando, portanto, suas complicações de saúde.




            


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